top of page

Dilema de muitos pais: reconhecer a dificuldade de aceitar.


ree

A vinda de um filho na familia, é um marco importante para o casal! Implica um reajustamento de rotinas, adquirem-se novos papéis e prioridades na dinâmica familiar, que fazem parte da vida.


Mas por vezes a vida prega surpresas inesperadas, para as quais ninguém está preparado para receber. Quando o desejado filho traz consigo condições especiais, que exigem cuidados e um acompanhamento diferente, do esperado.


Cai por terra um sonho, construído com base de expectativas projetadas para uma criança perfeita e "normal". Torna-se difícil fazer o luto dessa perda e aceitar as condições que a criança traz consigo...


Muitas perguntas são feitas...Mergulha-se num mundo de incertezas sobre o futuro.

E inicia-se um longo processamento de multiplos sentimentos, por vezes até contraditórios, que nem sempre podem ser falados abertamente, por medo de serem mal interpretados ...


Trata-se na realidade de um tabu, que precisa de ser encarado de frente:


Que é a dificuldade de aceitação dos diagnósticos clinicos dos filhos , portadores de um diagnóstico clínico, sejam doenças crónicas, congénitas, raras ou deficiências físicas, mentais, sensoriais ou comportamentais.


Quando não se consegue aceitar o diagnóstico, não aceitam também o próprio filho.

A doença e/ou deficiência faz parte da vida do filho.

Todos os pais passam por essa dificuldade e reagem de forma distinta. Muitos acham-se culpados por sentirem isso, acreditando que nada poderão fazer, senão conformar-se, de uma forma angustiante. Outros negam esse sentimento, culpando tudo e todos por estarem nessa situação... Ou ignoram por completo o diagnóstico, julgando que assim, o "problema" desapareça.... Ou para se sentirem melhores, iniciam uma corrida a um roll de multiplos métodos, de terapias, ou ténicas que acreditam que vão "normalizar" o seu filho.


Sentirem-se assim não os torna os piores pais do mundo. Não significa que não amem o filho que têm. Mas deixa-os profundamente deprimidos e impotentes, com tamanha luta interna que vivem no seu coração. Achar que amam o filho, não o diagnóstico, faz parte do processo .


Na realidade, é possível ultrapassar essa dor profunda, quando há disposição para a encarar de frente. Para fazer um trabalho interno, de modo a perceber várias questões que podem interferir essa aceitação. Explorando tudo o que incomoda, sempre que pensa na doença ou limitação do filho. Os sentimentos, as memórias de infância, as crenças e os medos associados, podem explicar o que leva os pais a serem incapazes de se amarem a si próprios, ao ponto de não aceitarem o diagnóstico do filho.

Porque o filho espelha o que não consegue amar dentro de si. O filho é carne da sua carne e a parte do seu legado que deixa ao mundo. É o seu descentente mais que perfeito que a vida lhe poderia dar. Traz consigo toda uma história da família, que por vezes precisa de sr olhada, com amor, para trazer equilibrio ao sistema familiar.


Assim...

Ser pai e mãe de uma criança especial não se resume a um diagnóstico.

É apenas um ponto de partida para que os pais possam ter algumas linhas orientadoras para aprenderem a lidar, a compreender e a amar a criança que têm. Mas não significa que o diagnóstico seja uma pena prescrita para o resto da vida.


Todas as barreiras limitantes e desafiantes que um diagnóstico manifeste, podem ser ultrapassadas, se o Amor dos pais for maior que qualquer preconceito.

Tudo é possível quando os pais aprendem a maior lição da vida deles, que o filho lhes trouxe.


Quando se pratica o amor incondicional, a criança sente!

Por mais limitada que ela pareça estar, ela sente o amor. Quando ela sente que é verdadeiramente amada e aceite tal como é, ela vai fazer tudo para retribuir. Passa a ter a razão de ser e de viver, que precisava para superar as adversidades da vida. E o papel do diagnóstico fica cumprido, assim que é incluido no coração da sua familia!

O sistema familiar fica mais leve, com esse reconhecimento.


Isso foi o que senti com o meu filho. Demorei cerca de 4 anos a aceitar a condição do meu filho. E hoje posso dizer que foi a melhor coisa que me aconteceu na vida.


Queridos pais, mães e familiares. Se ainda não conseguem isso, está tudo bem!

O importante é reconhecer a dificuldade de aceitação. Não existe uma corrida, nem prazos para consolidar esse processo. Cada um tem o seu tempo.

Está tudo certo!


Grata pela oportunidade de partilhar isso convosco, que veio do fundo do coração!

Susana Isabel Falhas








,



 
 
 

Comments


SUSANA FALHAS* TERAPEUTA SISTÉMICA E FAMILIAR

WhatsApp 926 226 022

  • Instagram
  • Facebook

©2022 por Susana Falhas . Viseu
Site criado com Wix.com

bottom of page