As suas expectativas comprometem o futuro do seu filho (parte 1)
- Susana Isabel
- 6 de jan. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 7 de jan. de 2020

Quando se planeia a vinda de um filho na familia, há muita alegria no ar! Escolhido o nome, começam a imaginar como será o novo rebento. Desenha-se todo um percurso, desde o berço, até ao casamento...esperando que seja exemplar, em tudo o que faça, seja na sua vida académica, profissional,social e familiar.
E quanto maiores forem as expectativas dos pais, maior é o peso da responsabilidade depositada na criança. Ainda na barriga da mãe, já tem um roll de "exigências" para cumprir...
Inconscientemente estão a retirar-lhe o direito a uma vida "em branco", cheia de possibilidades e de experiências novas. Como se a criança não tivesse a capacidade de fazer as suas próprias escolhas e a liberdade para cometer os seus próprios erros, ao longo da sua vida.
Há pais que vão mais longe, considerando o filho como um "investimento". Dão tudo o que o filho precisa para estar bem na vida e em troca, esperam que ele cuide deles, quando entrarem na terceira idade...
Desencadeiam-se, dessa maneira, desiquilibrios na relação entre pais e filhos, no dar e receber.Segundo o psicoterapeuta Bert Hellinger, o papel dos pais é dar a vida. Aos filhos apenas compete receber. Estes não têm obrigação de devolver aos pais tudo que receberam.
Quando acontece esse desiquilibrio entre dar e receber, geram-se emaranhamentos no sistema familiar. O filho sente-se preso a uma responsabilidade que não lhe pertence.
Tem duas opções, com um preço a pagar:
Ou passa a vida, obediente, fazendo o que os pais esperam dele.
Vive frustrado, com baixa auto-estima e infeliz, a fim de agradar os pais...Por mais que faça, nunca é suficiente bom, face às altas expectativas definidas...mas tem o apoio e o amor ( condicional) dos pais...é o preço que paga...
Ou ignora completamente os planos feitos para ele e decide trilhar o seu próprio caminho, com base de valores, ideias e formas de estar, diferentes dos seus pais .
Arrisca-se a ser excluido pela familia, que não aceita, nem tolera as suas escolhas ...
Pode ser mal amado pelos pais, rotulado de egoista, ingrato, rebelde e até de "louco"...
Mas tem vida própria e é feliz. É um preço que paga...
São escolhas difíceis... quando os filhos, tudo o que querem é serem aceites e amados pela familia, tal como são, sem condições.
A melhor forma de agradecer tudo o que receberam dos pais, é dar vida à geração seguinte. Ou seja dar o melhor deles aos seus próprios filhos. Faz parte da vida, para que se mantenha uma ordem de amor entre várias gerações.
Portanto, compete aos pais (re)pensarem o que querem realmente para os seus filhos.
Se querem que eles sejam realmente felizes, terão que aprender a aceitar as escolhas deles. Os filhos não têm a responsabilidade de assumir os sonhos e as expectativas projetadas pelos pais.
Os pais têm como papel ensinar tudo o que sabem aos filhos. Dar-lhes condições para desenvolverem a capacidade para cuidarem de si próprios. Conceder-lhes a liberdade para expressar os seus próprios pensamentos e agir de acordo com o seu coração.
Amar incondicionalmente os filhos é a maior lição que podem ter na vida, que vale a pena colocar em prática.
Se vive esse dilema , como pais ou como filho e não sabe como lidar com essa situação, recomendo que faça uma sessão de contelações familiares .Pode ajudar a compreender , de uma forma mais profunda a dinâmica do seu relacionamento familiar, entre pais e filhos, e a encontrar uma solução harmoniosa para todos os envolvidos.
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Grata pela leitura e partilha!
Susana Isabel & Constelações familiares individuais: 926 226 022
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